CAPITULO 3 – PARTE 1
O MISTÉRIO DA ORAÇÃO
Busquei entre eles um
homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta
terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso eu derramei
sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes
sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus (Ez 22:30-31).
A ORAÇÃO: UM MISTÉRIO DIVINO
Ao leitor já ocorreu
alguma vez a idéia de que o desígnio divino da oração na economia divina é um
mistério fantasticamente enigmático? Por que deveria haver um sistema ou plano
de oração, afinal de contas? Não é Deus todo-poderoso e auto-suficiente?
Dar-se-ia o caso de Ele necessitar de qualquer ajuda fora de Si mesmo?
A auto-suficiência é
um dos atributos de Deus. Necessita Deus de alguma coisa que o homem ou
qualquer outra de Suas criaturas possa suprir? Não poderia Aquele que falou e
os mundos vieram a existir, e que os sustenta pela mesma palavra, realizar Seus
propósitos sem a ajuda do insignificante homem? Então por que Ele divisou o
plano de oração? Por que, e como, Ele se tomou “dependente” da intercessão dos
homens? Por que não pode Ele fazer nada no reino da redenção humana sem a
cooperação humana da oração e da fé? Como foi que Ele se meteu nessa “enrascada”?
Sendo Deus totalmente auto-suficiente – sendo Ele, por Sua vontade e palavra
proferida, capaz de realizar qualquer fim concebido – por que Ele, arbitrariamente
e sem consultar a nenhum outro ser ou inteligência ou vontade, não passa a
proferir a palavra?
DEUS “DESAMPARADO” SEM O HOMEM
O mistério do desígnio
da oração é ressaltada em Ezequiel 22:30-31. Durante uma época de apostasia
nacional, Deus disse: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se
colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a
destruísse; mas a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha
indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o
castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus.”
Vemos aqui Deus
buscando evitar exercer o justo e merecido juízo. Ele, sim, Ele próprio, deseja
ardentemente poupar a nação.
Mas por estranho que
pareça, Ele está “desamparado” sem a ajuda de um homem, sem um intercessor. Se
ninguém interceder, Deus não pode reter o juízo. Por que deveria Ele ser “dependente”
das orações de um homem para defender a nação dos juízos que Ele próprio deseja
reter? Deus é o Todo-poderoso e supremo Soberano do universo. Ele próprio é o
Juiz de última instância, o Júri e a Autoridade Executiva que faz cumprir a
lei. Ou não é? Se Ele ansiou reter o juízo contra Seu povo, se Ele anelou
mostrar misericórdia, por que não exerceu Sua soberania suprema e assim procedeu,
sem levar em conta as orações – ou a falta de orações – de um homem?
Mais ainda: visto que
a vontade de Deus é suprema em todas as coisas, quando Ele deseja ou planeja
certos propósitos divinos tais como a salvação de uma alma ou um reavivamento
numa área específica, por que arbitrariamente, não passa sobre nossas cabeças e
leva a cabo Sua vontade? Por que estabeleceu Ele um sistema que O fez “dependente”
do homem? Não é este um mistério que nos deixa perplexos?
Fonte:
. Seu Destino é o Trono – Paul E.
Billheimer